Luís Filipe Vieira comentou a comissão de 600 mil euros pagos pelo Benfica ao empresário Ulisses Santos nas negociações para a renovação do contrato de Ronaldo Camará, jogador que estava na equipa B dos Encarnados, quando o agora candidato às eleições das Águias era presidente do clube.
No podcast "Mata-Mata", LF Vieira garantiu que o montante pago era "muito comum no futebol".
"O jogador estava em final de contrato e nós tínhamos de nos antecipar. Aliás, esse jogador foi penalizado. Tirámo-lo da equipa , estava só no ginásio a treinar porque ou ele renovava ou nós tínhamos de negociar imediatamente a venda dele. E era um jogador que estava referenciado para ficar no Benfica. Estão lá os relatórios, não fui eu que inventei isto. Falámos com o jogador, o pai dele e também com o agente dele, o Ulisses, salvo erro. E negociámos uma participação e chegámos aos 600 mil euros", revelou LF Vieira.
Para quem levantou dúvidas sobre a legalidade do negício, Luís Filipe Vieira convidou quem quisesse a "seguir o rasto do dinheiro" e ver "onde ele vai parar".
"Isso é fácil ver. As pessoas quando levantam dúvidas têm de fazer uma coisa: o dinheiro tem sempre rasto. Vão atrás do dinheiro e vão ver onde ele vai parar, não comecem a fazer insinuações daquilo que não existe. As pessoas só olham para aquilo que é mau, aquilo que é muito bom não conseguem ver. Depois de eu ter saído, há tanta coisa no Benfica para levantarem dúvidas e ninguém levantava dúvidas nenhumas. Acho que a auditoria que fizeram apanhou isso. Se não apanhou, a auditoria que os próximos senhores que se seguirem vão fazer também vai apanhar esse documento. Depois, é só seguir o rasto do dinheiro", recomendou.
No podcast "Mata-Mata", o antigo presidente do Benfica, garantiu que a renovação seguiu recomendações de quem tomava essas decisões no Benfica.
E continuou: "Os empresários existem e fazem parte da indústria. Se eu tivesse numa situação em que o jogador não interessasse ao Benfica... Depois de eu sair é que mandaram o miúdo porta fora e vieram a descobrir que ele tinha mais anos, mas até lá estava lá o relatório a dizer para renovar com o Camará - fazia muita falta à equipa B do Benfica e por aí fora... O que é certo que eu não era doido para renovar com um jogador se não tivesse uma pessoa a dizer para renovar com ele. E acho que negociei muito bem com a pessoa em questão. Lá satisfiz o empresário e o pai dele", completou.